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O Passo a Passo da Virtualização - Passo 3

No último post conversamos sobre os modelos de virtualização: Servidor, Estação, Apresentação e Aplicação.

Pois bem... e quando usar cada modelo?

  • Servidor

A principal razão para virtualizar servidores é a busca de uma melhor utilização dos recursos dos servidores físicos.

Dentro de grandes DataCenters, não é raro encontrar servidores com baixo consumo médio de CPU, memória, disco ou rede. Estes recursos podem até ser requeridos ao limite durante alguns picos de carga, mas normalmente este stress não acontece no mesmo instante para todos os recursos de todos os servidores.

Com isso, um processo bem planejado de consolidação utilizando virtualização pode permitir uma redução sensível no número de servidores utilizados.

Além de reduzir custos operacionais (compra de equipamentos, implantação de infraestrutura elétrica e de rede, aluguel do espaço do CPD, refrigeração, mão-de-obra para manutenção, etc), a virtualização de servidores é um bom caminho para o "Green Datacenter", pois o consumo de energia e a produção de calor também podem ser drasticamente reduzidos.

  • Estação

A possibilidade de virtualizar um "novo PC" em seu micro e nele instalar um sistema operacional e aplicativos de forma independente, sem comprometer nenhuma configuração do seu equipamento de trabalho abre novas fronteiras, como:

  1. Avaliar novos sistemas operacionais e/ou novos aplicativos sem correr o risco de conflitos com as aplicações que você utiliza diariamente;
  2. Validar o funcionamento de novas aplicações em uma gama de sistemas operacionais, sem a necessidade de particionar/formatar seu computador;
  3. Salvar e restaurar (com muita agilidade) configurações de máquinas virtuais, para realizar testes que podem ser destrutivos (se a máquina virtual ficar inutilizada, basta descartar as últimas alterações e reiniciar a máquina virtual no estado em que ela se encontrava anteriormente);
  4. Montar toda uma rede de computadores para testes de sistemas distribuídos, sem comprar nenhum equipamento nem ter que lidar com cabeamento de rede, tomadas adicionais, espaço, etc. - claro que seu PC vai ter que ter bastante memória para isso... :)
  • Apresentação

Se você tentar comprar um micro novo hoje, dificilmente conseguirá achar algo com menos potência do que um mainframe de não muitos anos atrás...

Para quem precisa rodar aplicações que não requerem muita CPU, memória ou disco (um software de ponto de venda ou caixa eletrônico, por exemplo), este computador seria um desperdício de recursos.

Agora imagine uma empresa onde MUITAS pessoas têm estes requerimentos. O desperdício de recursos seria incrível! Exemplo: uma empresa com 200 funcionários rodando aplicações que consomem menos de 1 GB de disco. Como os "menores" HD's à venda são de 80 GB, facilmente teríamos 70 GB não utilizados POR PC, resultando em 14 TERABYTES de espaço desperdiçado na empresa!!! :O

Mas as vantagens da virtualização da apresentação não param por aí. Neste modelo, tudo que as estações precisam é um cliente RDP instalado (que já vem no Windows XP/Vista). Os demais softwares são todos instalados em servidores centralizados. Para atualizar estes softwares, basta atualizar os servidores. Nada de atualizar estação por estação ou implantar processos de atualização automatizados (que podem ter alto impacto na rede). Não é fantástico? Eu mesmo já vi quase 20.000 máquinas passarem a utilizar novas versões de aplicativos (incluindo Office) da sexta para a segunda.

Quer mais vantagens ainda? Se seu micro pifar, você poderá usar o micro do seu vizinho em férias sem problemas, afinal, os aplicativos não estão instalados em sua máquina! Pode até mesmo ir para casa e rodar os aplicativos da empresa de lá.

  • Aplicação

A virtualização da apresentação tem, porém, um ponto fraco. Se sua conexão de rede cair... você fica limitado ao Notepad e ao Paciência! :O

Ainda bem que existe a virtualização de Aplicação! Com ela, os "pacotes" das aplicações são baixados, via streaming, para a estação de trabalho e rodam em um ambiente virtualizado para aquela aplicação. Além de evitar conflitos entre programas, porque cada um deles roda no seu ambiente virtual exclusivo, esses "pacotes" são armazenados em um cache local, permitindo a sua execução offline. O problema está resolvido...

... por outro lado, você não vai ter desculpas para não trabalhar... :)

Um detalhe interessante é que as aplicações não são "instaladas" na estação de trabalho. O "pacote" é armazenado em cache sob a forma de arquivo. O sistema, após criar um ambiente virtual para a aplicação, executa-a "dentro" deste ambiente virtualizado.

Isto resolve o problema de aplicações que concorrem por recursos (que podem ser arquivos, chaves de registry, perfis de usuário, etc) e falham devido a conflitos nessa concorrência.

Note que os modelos de virtualização de Aplicação e de Apresentação podem ser utilizados em conjunto. Vale a pena dar uma olhada neste artigo.

No próximo post aprofundaremos um pouco o conceito de virtualização de Servidores...